sexta-feira, 29 de outubro de 2010

poraquê também chamado como enguila eletrica




     poraquê

Poraquê (Electrophorus electricus) é espécie de peixe actinopterígio, gimnotiforme, que pode chegar a três metros de comprimento, e a cerca de trinta quilogramas, sendo uma das conhecidas espécies de peixe-elétrico, com capacidade de geração elétrica que varia de cerca de 300 volts a cerca de 0,5 ampère até cerca de 1.500 volts a cerca de 3 ampères.
"Poraquê" vem da língua indígena tupi, e significa "o que faz dormir" ou "o que entorpece", dado às descargas elétricas que produz.
Também chamado de enguia, enguia elétrica, muçum-de-orelha, pixundé, pixundu, pixunxu, ou, simplesmente, peixe-elétrico, embora não seja o único "peixe-elétrico" existente.
Típico da Amazônia (rios Amazonas e Orinoco), bem como dos rios do Mato Grosso, também encontra-se em quase toda América do Sul.

caracteristicas

O poraquê ficou conhecido mundialmente por sua capacidade de produzir descargas elétricas elevadas (até cerca de 1.500V, até cerca de 3 ampères, não simultaneamente nesses valores), suficientes para até matar um cavalo, e desperta a curiosidade de muitos pesquisadores. Essas descargas são produzidas por células musculares especiais, modificadas – os eletrócitos, sendo o conjunto deles denominado de mioeletroplacas. Cada célula nervosa típica gera um potencial elétrico de cerca de 0,14 volt. Essas células estão concentradas na cauda, que ocupa quatro quintos do comprimento geral do peixe.
Variam de cerca de 2 mil a mais de 10 mil mioeletroplacas que um peixe-elétrico adulto possui, conforme o seu tamanho. Dispõem-se em série, como pilhas de uma lanterna, e ativam-se simultaneamente, quando o animal encontra-se em excitação, como na hora da captura de uma presa ou para defender-se, fazendo com que seus três órgãos elétricos – o de Sach, o de Hunter e o órgão principal – descarreguem.
A maior parte desta energia expressiva é canalizada para o ambiente, não afetando o indivíduo, o qual possui adaptações especiais em seu corpo, ficando assim como que isolado de sua própria descarga.
Apresenta coloração negra tendente ao chocolate-escuro, salpicada de pequenas manchas amarelas, vermelhas ou branco-sujo, corpo alongado, cilíndrico, e provido apenas de nadadeira anal, que percorre grande extensão do abdome. Há exemplares em que a parte abdominal anterior à nadadeira é vermelha e seus músculos caudais geram descargas elétricas como arma de defesa e também para aturdir os peixes dos quais se alimenta. Necessita vir periodicamente à superfície (a cada oito minutos, em média), para "engolir ar" (respirar).
Embora pareça uma enguia, o peixe-elétrico poraquê é um peixe aparentado com vairão, a carpa e o bagre. Ao contrário destes, porém, ele captura suas presas utilizando descargas elétricas. As descargas elétricas ("choques") podem chegar à tensão elétrica de 1.500 volts, com uma corrente elétrica de até 3 ampères. Isso não significa que haja simultaneidade dos dois valores máximos. Além disso, o valor da corrente é determinado não apenas pela tensão (os volts) "aplicados", mas também pela resistência elétrica do receptor (presa aquática a capturar ou a afastar por ataque, ser humano em encontro eventual, fortuito com o Electrophorus etc.).
O poraquê é capaz de produzir descargas elétricas de magnitude (em tensão) variada, tensão a depender apenas do animal (conforme o tamanho) — arma que usa para se defender e caçar pequenos peixes, bem como para se defender de eventuais ameaças, predatórias ou não.
De certa maneira, o poraquê comporta-se como uma bateria elétrica. Seu pólo negativo está localizado na parte da frente e o pólo positivo na parte de trás do corpo do animal. O choque é mais forte quando ambos os pólos tocam a vítima ao mesmo tempo.
O poraquê não é, porém, o único animal com essa propriedade. Há também a arraia-elétrica (ou treme-treme), encontrada nos mares tropicais, e no rio Nilo existe uma espécie de bagre que também produz descargas elétricas.

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